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Série Pianistas – Arthur Moreira Lima

Ana Beatriz Marcondes Marra

Ana Beatriz Marcondes Marra

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Arthur Moreira Lima nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1940. Começou a estudar piano aos 6 anos de idade com sua mãe e, a partir de 1948, com a professora Lúcia Branco (também professora de Nelson Freire e Tom Jobim).  No ano seguinte, realizou seu primeiro recital profissional, no Theatro da Paz, em Belém do Pará, tocando o Concerto em lá maior de Mozart.

1956 - Nelson Freire, Luiz Eça, Lúcia Branco, Jacques Klein, Nise Obino e Arthur Moreira Lima.

Em 1949 e 1952, com 9 e 12 anos de idade, venceu o concurso Jovens Solistas, promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1956, venceu o Concurso promovido pela Rádio Ministério da Educação. Em 1959 foi para Paris e teve aulas com Marguerite Long por três anos; em 1963, ganhou uma bolsa para o Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, e lá estudou durante cinco anos com Rudolf Kehrer. 

Em 1965, Moreira Lima projeta-se internacionalmente, ao receber a segunda colocação no Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin, no qual Martha Argerich conseguiu o primeiro lugar. Segundo sua biografia, escrita por Eric Nepomuceno, Moreira Lima era o preferido do público e foi ovacionado durante vinte intermináveis minutos.

Participantes do VII Concurso Chopin de 1965, Varsóvia, Polônia. No canto direito, Martha Argerich ao lado de Arthur Moreira Lima

Arthur Moreira Lima sempre foi um grande difusor das raízes culturais brasileiras e foi solista da primeira audição do Concerto n. 1 de Villa-Lobos no Japão, Rússia, Áustria e Alemanha. Foi também o pianista que fez reviver a obra de Ernesto Nazareth com a gravação de um álbum duplo em 1974. Também gravou uma antologia de obras de Villa-Lobos e outra de Radamés Gnatalli.

Em 1999 gravou um CD, pelo selo Olympia (Londres), com músicas de Astor Piazzolla transcritas para piano, considerado na França o “Disco do Mês” pela revista Répertoire e pela revista Tipptopp da Rádio da Suíça alemã. Sua gravação das obras de Chopin foi considerada pela crítica norte-americana como “o mais importante registro pianístico do ano”. Misturando Liszt, Nazareth, Chopin, Piazzolla, Bach, Villa-Lobos, Mozart e Pixinguinha, Moreira Lima conseguiu democratizar a música erudita e valorizar, em sua devida dimensão, a música popular. E tudo isso com extremo rigor.

Em 2003, ele criou o projeto social Piano pela Estrada, no qual mesclava o popular ao erudito. O projeto faz parte de uma campanha pela democratização da cultura erudita, levando a música aos mais distantes cantos do Brasil (mais de 500 municípios até hoje), em um caminhão, a partir do qual se montava um palco em uma hora.

Curiosidades

Em uma madrugada de 1971, na cidade de São Paulo, Moreira Lima estava em um balcão de padaria na rua da Consolação e alguém o confundiu com um mágico! Ele vinha de um concerto seguido de um jantar, e ainda vestia a casaca de músico, motivo da confusão.

 

Sua mãe dizia que o piano não era brinquedo e não o deixava brincar com o instrumento, ele só tocava para estudar. Ele faz o mesmo com as netas, dizendo que não é pra “batucar”, se quiser, o vovô ensina a tocar certo!

 

Na Polônia, ele colocou suas mãos sobre as mãos esculpidas de Chopin e verificou-se a grande semelhança entre elas.

 

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