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Série Pianistas – Chiquinha Gonzaga

Ana Beatriz Marcondes Marra

Ana Beatriz Marcondes Marra

Chiquinha Gonzaga

1. Nascida Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935) no Rio de Janeiro. Sua família a educou como “sinhazinha” e a preparou para se tornar uma dama da corte: além de escrever, ler e fazer cálculos, estudar o catecismo, e outras “prendas femininas”, a jovem aprendeu a tocar piano. Ela mudou o destino de dama da corte e se tornou Chiquinha Gonzaga, a musicista talentosa que criou uma profissão inédita para a mulher, causou escândalo em seu tempo e contribuiu grandemente para a formação da música brasileira. 

2. Sua estreia como compositora se deu com a polca Atraente, em 1877, um enorme sucesso (15 edições neste mesmo ano), levando seu nome para a fama –  muito incômoda para a sociedade patriarcal da época. A popularidade de Chiquinha foi encarada como provocação por sua família, que passou a destruir as partituras vendidas nas ruas por moleques escravos.

3. Em janeiro de 1885, Chiquinha Gonzaga estreou no teatro com a opereta A corte na roça, representada no Teatro Príncipe Imperial, ocasião em que a imprensa se embaraçou ao tratá-la: não existia feminino para a palavra maestro! Além de polcas, tangos e valsas de sucesso, ela musicou, integral ou parcialmente, peças do gênero opereta, comédia, burleta, revista cômica, revista do ano, drama, zarzuela, ópera cômica, peça fantástica, mágica, drama lírico, peça de costumes etc. 

4. A profissionalização da mulher como musicista era fato inédito na sociedade da época e a atividade exigia talento, determinação e coragem. Mulher e mestiça, Chiquinha enfrentou todos os preconceitos da sociedade patriarcal e escravista para se firmar como pianista, compositora, regente e, também, abolicionista fervorosa e líder de classe em defesa dos direitos autorais.

5. O gênero que Chiquinha mais editou em vida foi a Valsa e, possivelmente, toda a tradição melódica brasileira tenha sido fecundada por estas obras. Embora o trabalho de Chiquinha tenha sido reconhecido ainda em vida, ela só voltou a se tornar popular 150 anos depois do seu nascimento, com a minissérie da TV Globo em 1999, escrita por Lauro César Muniz e protagonizada por Gabriela Duarte e Regina Duarte.

Para saber mais: acesse Acervo Digital, o maravilhoso trabalho realizado por Wandrei Braga e Alexandre Dias, que se tornou outro marco no processo de reconhecimento da vida e obra de Chiquinha Gonzaga!

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