fbpx

3 coisas que NÃO devemos fazer durante o estudo

Ana Beatriz Marcondes Marra

Ana Beatriz Marcondes Marra

foto01

Em postagens anteriores, trouxe dicas para tornar o estudo do piano eficiente, mas hoje resolvi destacar alguns erros comuns que os estudantes de piano costumam fazer, os quais diminuem o rendimento da prática, inviabilizam o progresso desejado e, por consequência, geram frustração e desânimo. Vamos lá!

1 - Não desativar as notificações do celular

Você está totalmente concentrado no seu estudo, focado na resolução de um trecho difícil da música e recebe uma chamada ou ouve alguma notificação do telefone…

Com certeza isso já aconteceu com você! 

Mesmo que você não atenda a ligação ou verifique a mensagem que chegou, uma voz em seu cérebro começa a dizer: “Quem será que ligou?”; “Talvez seja importante”; “Vou olhar rapidinho”. 

A voz fala mais alto, você pega o celular e, quando percebe, perdeu meia hora olhando postagens aleatórias do Instagram ou mensagens de “Bom dia” do Whatsapp.

Mas mesmo que você resista bravamente a essa voz e não olhe o celular, seu foco já terá se desviado e provavelmente você perderá a linha de raciocínio do que estava fazendo… 

SOLUÇÃO: silencie todas as notificações ou deixe o celular longe de você.

‍ Se esta solução for muito difícil para você, imagine que há alguns (poucos) anos, ninguém tinha conhecimento das notícias em tempo real e também não sabia quem estava ligando…

2 - Repetição de erros “ad aeternum”

Há um trecho complicado em sua música que você não consegue resolvê-lo, o que você faz? Repete, repete e repete…  Uma hora depois, o trecho continua “saindo errado”.

Sinto-lhe informar, mas você está fazendo uma coisa muito comum que se chama “insistir no erro”. Em outras palavras, aprender o erro! Em vez de conseguir solucionar o problema e aprender a tocar corretamente o trecho, você estará cada vez mais praticando o erro e sempre vai tocar o tal trecho errado.

Quem nunca passou por isso: depois de horas e horas de estudo (errado), você chega à aula de piano e ouve de seu(a) professor(a) que a peça não foi bem estudada… aí vêm a frustração, o desânimo e você se acha o pior pianista do mundo.

SOLUÇÃO: pare de tocar e analise o trecho complicado – qual é o problema e onde ele está?

  1. Ritmo errado? 
  2. Notas erradas?
  3. Mão esquerda? Mão direita?
  4. Sincronização errada de movimentos?
  5. Compreensão errada do fraseado? Etc.


Pare agora mesmo de perder tempo com o estudo errado, identifique o problema e corrija-o o mais rápido possível!

3 - Desprezar o dedilhado de uma nova peça

Este erro é muito comum em peças rápidas, pois, quando se estuda uma música rápida, normalmente as primeiras leituras se dão em um andamento bem mais lento. Nestas primeiras leituras, o que você faz, respeita o dedilhado indicado ou toca com qualquer dedo, pra arrumar depois? 

 

Se você é partidário da segunda opção, novamente sinto em lhe dizer que está estudando errado… Inclusive, este erro pode ser considerado um tópico da “Repetição ad nauseam”, ou seja, você está PRATICANDO O ERRO.


Enquanto você está tocando lento, usar dedos aleatórios pode até funcionar, mas na medida em que se acelera o andamento, as passagens vão se tornando cada vez mais difíceis e você descobre o óbvio: os dedilhados “aleatórios” não eram eficientes e você tem de parar e reaprender toda a peça, com um dedilhado mais eficaz. Perda de tempo, não é?

Você sabe como os bailarinos praticam uma coreografia?

Em primeiro lugar, eles precisam compreender a sequência de passos.

Ou seja, enfatizar a importância de fazer a ligação entre cada uma das ações do(a) dançarino(a). A coreografia é dividida em etapas, praticada até que a sequência de movimentos flua de maneira natural do início ao fim.


E o que isso tem a ver com o dedilhado?
Pense que nossos dedos executam uma coreografia de movimentos (que incluem os movimentos de pulso e braços) e tocar a sequência de dedos 1-2-3-1, não é a mesma coisa que tocar 1-2-3-2. Usar um dedilhado aleatório faz com que sua memória muscular não apreenda a coreografia que suas mãos precisam fazer e, mais uma vez, não haverá progresso no estudo…

Ainda pensando na coreografia que fazemos o tempo todo, existe um comportamento muito nocivo e comum entre alunos que é: parar de tocar cada vez que se toca uma nota errada, ou tirar as mãos do teclado quando isso acontece. Qual a consequência? O cérebro entende que este movimento (parar, tirar as mãos do teclado, ou mesmo falar alguma coisa, reclamar) faz parte da sequência de ações daquela música e, mais uma vez você 

APRENDE O ERRO, não há progresso, você se frustra e desanima.

 

SOLUÇÃO: primeiramente, respeite o dedilhado indicado ou que você estabeleceu! Muitas partituras não trazem indicação de dedilhado, como as edições Urtext de Bach, por exemplo. Então você deve dedicar um tempo para descobrir as melhores soluções para cada trecho. Se você não tem ideia de como fazer isso, busque na internet outras edições da sua música e experimente os diferentes dedilhados que encontrar. E não se esqueça de anotá-los na partitura!


Não pare quando errar alguma nota ou ritmo, siga em frente, o cérebro precisa compreender a música em sua totalidade e saber qual a sequência de notas posterior. Mas isso será tema de outra postagem, curta e siga as redes da Antonio Pianos para não perder as próximas dicas pianísticas!

Compartilhe

Comente

Outros conteúdos

blog

A música mais antiga do mundo.

A melodia mais antiga que se conhece tem mais de 3.400 anos e foi inscrita em uma tabuleta de argila com texto cuneiforme (tipo de

Posso Ajudar?