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Série Pianistas – Dinah Pousa Godinho Mihaleff

Ana Beatriz Marcondes Marra

Ana Beatriz Marcondes Marra

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Neste post da Antonio Pianos falaremos sobre Dinah Pousa

 

1. A música para D. Dinah foi uma herança de família: seu pai, Belmácio Pousa Godinho – nascido em Piracicaba e radicado em Ribeirão Preto – era flautista e foi um grande compositor gravado internacionalmente. Além disso, ele manteve por mais de 60 anos uma das maiores lojas de instrumentos de Ribeirão Preto, “A musical”.


“Eu nasci em um berço de música”, dizia D. Dinah, explicando seu inato encantamento pelas partituras e melodias.

2. Embora tocasse flauta, seu pai compunha no piano. Ele compunha com muita facilidade, sua música “Supremo adeus” foi composta no trajeto entre Piracicaba para Ribeirão: ele desceu para tomar um café na Vila Bonfim escreveu a música.


“Ele compunha sempre de madrugada, e me chamava: ‘Dinah, venha ver que música linda eu fiz!’.”

3. Na loja “A Musical”, pioneira no interior, vendiam-se pianos que vinham da Alemanha. D. Dinah, ainda menina, escolheu seu instrumento e começou a tocar por volta dos 8 anos de idade, inspirada pela música do pai: a música estava nela impregnada e nunca deixaria de estar, começou pequenina, teve bons professores e logo se tornou profissional.

“A música é alguma coisa que penetra na sua vida e não mais você a deixa, porque ela toma conta do seu ser. O som musical faz bem e, quando você entende isso, não tem como não valorizar a música como algo importante.”

4. Ainda adolescente, ela deu aulas no próprio espaço onde estudava – no conservatório da D. Diva Tarlá de Carvalho, outra importante musicista de Ribeirão Preto. Fez o magistério, obteve diploma para o ensino de piano, licenciatura em Música, graduação em piano pela Faculdade de Música de Ribeirão Preto, UNAERP, onde exerceu por décadas suas atividades como professora. Também foi professora e diretora no Colégio Técnico Musical da Associação de Ensino de Ribeirão Preto, onde iniciou suas atividades em 1954, e coordenadora e chefe de departamento na UNAERP, instituição que deixou somente quando se aposentou. Ela não quis uma vida de concertista. Mais do que os palcos, a sala de aula lhe encantava por completo.

“Eu não saberia fazer outra coisa da minha vida, senão dar aulas de música e, principalmente, de piano. É muito gratificante…”

Profª. Gilda Montans, Ana Beatriz Marra e D. Dinah. (Minha formatura em 1989 – Graduação em Piano, UNAERP)

5. Após se aposentar, ela foi trabalhar na escola Ad Libitum de Ribeirão Preto, cujo auditório foi merecidamente batizado com seu nome. A diretora desta instituição havia sido sua aluna, na universidade.

“Eu não consigo nem saber quantos alunos tive. Foram milhares…”

Embora fosse rígida, seu segredo não estava em palavras mal ditas, gritos ou mal tratos. Bem ao contrário, contava que aprendeu com o marido a arte de se fazer ouvir:


“Ele dizia: ‘Não grite, fale sempre baixo. Quanto mais baixo você fala, mais você toca o coração. Gritar não leva a nada’.”

“Pode saber: a vida tem coisas felizes e outras tristes. E eu acho que tive mais felicidade do que tristeza.”

A Antonio Pianos deixa essa homenagem a grande pianista Dinah Pousa.

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